A Páscoa é a festa mais importante do ano litúrgico, pois celebra a ressurreição de Jesus Cristo, que venceu o pecado e a morte e nos abriu as portas da vida eterna, para vivermos bem esse mistério, a Igreja nos propõe um tempo de preparação, chamado Quaresma, no qual somos convidados a nos purificar para celebrar a Páscoa com alegria e gratidão. O jejum na Páscoa é uma prática penitencial que visa preparar o coração dos fiéis para viverem com mais intensidade o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus, consistindo em se privar voluntariamente de algum alimento ou bebida, ou de algo que se gosta muito, como um gesto de renúncia, de conversão e de solidariedade com os que sofrem. O jejum nos faz lembrar que não vivemos só de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus (Mateus 4,4). A Igreja Católica recomenda que os fiéis façam jejum e abstinência, principalmente às sextas-feiras da Quaresma, que é o período de 40 dias que antecede a Páscoa, seria a renúncia ao consumo de carne, que simboliza a mortificação da carne, em contraste com a vida do espírito, pode ser também a redução da quantidade de comida, que expressa a fome e a sede de Deus e a partilha com os pobres. A quarta-feira de cinzas, marca oficialmente o início da Quaresma, e na Sexta-feira santa recordamos o dia em que Jesus foi crucificado, estes dois dias são mais significativos para realizarmos o nosso jejum, mas fica o convite para que nos demais dias, conforme a nossa devoção e generosidade pratiquemos a abstinência.

Mais que é uma tradição católica repassada pelas gerações, o jejum pode ser um convite para reunirmos a nossa família em torno de um objetivo comum, onde todos podem planejar a refeição, compartilhar de momentos de conversa, partilha, humildade e respeito, olhando para o alimento não apenas como uma refeição, mas sim como uma bênção, agradecendo a Deus pelo alimento e fortalecendo os laços familiares. Sentar-se à mesa todos no mesmo instante, para conversar, orar e degustar o alimento está sendo a cada dia mais difícil, mas a Quaresma propõe este tempo de observância, graça, comunhão, oração, diálogo, alegria do que se tem e a união entre os membros familiares, sendo uma forma de se preparar para a Páscoa, que é a festa da família de Deus, que nos acolhe como seus filhos e filhas, por meio de Jesus Cristo nosso irmão e Senhor. O jejum na Páscoa é, portanto, um caminho de conversão, de comunhão e de esperança, preparando-nos para celebrar com alegria a vitória de Jesus sobre o pecado e a morte, e para renovar a nossa fé na sua ressurreição, fazendo-nos sentir a graça de Deus, que nos perdoa, nos salva e nos dá a vida eterna.

Lembrem-se de que o jejum é uma forma de liberdade, espiritualidade e amor, que nos desapega das coisas materiais e nos aproxima de Deus, que é o verdadeiro alimento da nossa alma.

CURIOSIDADE: O QUE JESUS COMIA E O QUE NÃO COMIA

De acordo com a Bíblia, alguns alimentos que Jesus comeu por fazerem parte da dieta daquela área geográfica há dois mil anos, são o peixe, por conta das restrições judaicas nunca deve ter comido carne de porco, coelho e frutos do mar. Mesmo sendo rara é possível que a carne de cordeiro tenha sido servida na última ceia, alguns manuscritos trazem o mel, o pão, o figo, a azeitona, tâmara e romã como alimentos mais frequentes, enquanto que café, chocolate, batata e milho ainda não existiam naquele tempo. A principal bebida era água e o vinho, afinal de contas, Jesus transformou água em vinho em um casamento (fonte: https://www.centrowhite.org.br/).

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