A história da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus é um testemunho vibrante de fé, dedicação e comunhão. Fundada em 2 de janeiro de 1930 por Dom Daniel Hostin, a paróquia começou como um desmembramento das Paróquias do Senhor Bom Jesus de Palmas e de São João Batista de Campos Novos. Sua criação na Vila Central de Cruzeiro do Sul (atual Joaçaba) marcou o início de uma nova era espiritual, tendo a capela dedicada à Santa Teresinha do Menino Jesus como Igreja Matriz. A paróquia iniciou com 20 capelas, com apenas a Estação do Herval (atual Paróquia de Herval d’Oeste) situada em território urbano, enquanto as demais serviam áreas rurais. Administrada pelos dedicados Franciscanos, com Frei Humberto Zeller como seu primeiro pároco, a paróquia serviu a comunidade incansavelmente até os anos 80, deixando um legado duradouro.

Em 1º de dezembro de 1945, Joaçaba recebeu um presente especial: a chegada de Frei Edgar Löers, um sacerdote alemão nascido em 1901. Ordenado em 1926, Frei Edgar não trouxe apenas sua fé, mas uma missão clara: construir uma paróquia que realmente pertencesse à comunidade. Sob a direção do Bispo Diocesano de Lages, Dom Daniel Hostin, formou-se o primeiro “Conselho de Fabriqueiros”, um grupo de famílias locais dedicado a iniciar as obras da nova Igreja Matriz. Com fé inabalável, Frei Edgar liderou a construção. Em 20 de julho de 1947, a primeira missa campal foi celebrada no local da futura igreja, marcando o início de uma jornada de trabalho árduo e dedicação comunitária. Utilizando tijolos, cimento e a força coletiva de um povo determinado, a construção avançou, culminando na consagração do altar-mor em 8 de dezembro de 1951.

A torre da igreja, concluída em 1952, tornou-se um marco visível de devoção, coroada com uma cruz de ferro e um imponente relógio. O estilo gótico da catedral, com seus belos vitrais e um monumental crucifixo, reflete a dedicação e arte de Frei Edgar, auxiliado pelo arquiteto italiano Tiziano Bettanin. A construção utilizou 750.000 tijolos maciços, sendo 500 mil no corpo da igreja e 250 mil na torre, Sacristia e Canônica. Na betoneira, argamassa de cimento, cal, terra vermelha do próprio local e pó de pedra. Frei Edgar desenvolveu uma argamassa fina para o acabamento externo, composta de pó de pedra, cimento e vidro moído, que originou um brilho espetacular, hoje encoberto por sucessivas pinturas.

Além de projetista e construtor, Frei Edgar era também escultor e pintor, e seu legado inclui o Hospital Santa Teresinha e o Cemitério Municipal. Mesmo após sua transferência para Canoinhas em 1962 e seu falecimento em São Paulo em 1965, a herança de Frei Edgar continua viva. Seu exemplo de trabalho e humildade permanece na memória de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo. A história de Frei Edgar e da Paróquia Santa Teresinha é um testemunho emotivo de fé, dedicação e amor pela comunidade. Cada detalhe da obra da Catedral reflete a beleza da fé e o desejo de honrar a presença divina entre nós. Ao consagrar o altar, renovamos nossa entrega ao Senhor, reconhecendo-o como o centro e fundamento de nossa vida cristã.

Um marco significativo ocorreu em 1975, quando a Diocese de Joaçaba foi oficialmente criada em 14 de setembro, com Dom Henrique Muller como seu primeiro bispo. A Igreja Matriz de Santa Teresinha foi elevada à dignidade de catedral, consolidando-se como a sede espiritual da nova diocese.

Desde 1987, a Caminhada Penitencial Frei Bruno tornou-se um evento destacado no calendário paroquial, refletindo a profunda devoção da comunidade ao amado Frei Bruno. Realizada sempre quinze dias após o Carnaval, esta caminhada é um momento de fé e renovação espiritual, atraindo numerosos fiéis em busca de bênçãos. Hoje, a Paróquia Santa Teresinha abrange 14 capelas, com uma presença equilibrada entre áreas rurais e urbanas. Cada uma dessas comunidades contribui para a vitalidade espiritual da paróquia, mantendo vivo o legado de fé e serviço iniciado há 95 anos. Ao celebrar os 95 anos de sua criação, a Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus de Joaçaba reflete sobre sua rica história de fé, serviço e comunidade. Que esta celebração reforce ainda mais os laços de união e devoção, inspirando futuras gerações a continuar este legado de amor e esperança.

Fontes: jornal raízes

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