No dia 13 de agosto, a Igreja Católica celebra a memória de Santa Dulce dos Pobres, a primeira santa nascida e criada no Brasil. Sua trajetória começa em Salvador, Bahia, onde nasceu Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, em 26 de maio de 1914. Desde muito jovem, demonstrava um coração voltado para a compaixão e a generosidade qualidades que mais tarde lhe renderiam o carinhoso título de “Anjo Bom da Bahia”. Aos 13 anos, enquanto a maioria das adolescentes vivia preocupada com estudos e brincadeiras, Maria Rita já se dedicava a acolher pessoas em situação de rua, buscando meios de aliviar o sofrimento dos mais pobres. Em 1933, ao ingressar na vida religiosa, adotou o nome Irmã Dulce, em homenagem à mãe.

Logo no início de sua missão, ela transformou a própria casa da família em um centro de atendimento aos necessitados, chamado Portaria de São Francisco. Sua vocação para servir cresceu a cada passo. Em 1939, inaugurou o Colégio Santo Antônio, uma escola pública voltada para filhos de operários, no bairro da Massaranduba, em Salvador. Em 1949, diante da falta de abrigo para doentes abandonados, Irmã Dulce improvisou: transformou o galinheiro do Convento de Santo Antônio em lar para cerca de 70 pessoas. Esse gesto simples e corajoso deu origem às Obras Sociais Irmã Dulce, hoje um dos maiores complexos de saúde e assistência social do Brasil, com mais de 20 núcleos e 954 leitos hospitalares. Até seus últimos dias, manteve um sorriso sereno e uma determinação inabalável. Viveu 77 anos, falecendo em 13 de março de 1992, deixando um legado que segue vivo nas obras e na inspiração que continua a gerar.

O reconhecimento oficial de sua santidade começou em 2011, quando o Papa Bento XVI a beatificou, após a comprovação de um milagre. Em 13 de outubro de 2019, o Papa Francisco a canonizou, tornando-a Santa Dulce dos Pobres. Sua festa litúrgica é celebrada em 13 de agosto, data em que professou seus votos religiosos. Mais que uma figura da Igreja, Santa Dulce dos Pobres é símbolo de fé, dedicação e amor ao próximo, especialmente aos mais vulneráveis. Suas ações transformaram não apenas vidas individuais, mas também a forma de pensar a saúde e a assistência social no Brasil.

Ela nos recorda que grandes transformações começam com gestos pequenos — basta um coração disposto a amar.

Oração: Senhor nosso Deus, lembrados de vossa filha, a santa Dulce dos Pobres, cujo coração ardia de amor por vós e pelos irmãos, particularmente os pobres e excluídos, nós vos pedimos: dai-nos idêntico amor pelos necessitados; renovai nossa fé e nossa esperança e concedei-nos a exemplo desta vossa filha, viver como irmãos, buscando diariamente a santidade, para sermos autênticos discípulos missionários de vosso filho Jesus. Amém.

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