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Mais vida e esperança! Existe uma canção religiosa, cantada especialmente nas celebrações das missas católicas que em um pequeno trecho diz assim: “um novo dia, mais vida e esperança…”.

Mais vida e esperança! Existe uma canção religiosa, cantada especialmente nas celebrações das missas católicas que em um pequeno trecho diz assim: “um novo dia, mais vida e esperança…”.

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Existe uma canção religiosa, cantada especialmente nas celebrações das missas católicas que em um pequeno trecho diz assim: “um novo dia, mais vida e esperança…”. Esse pedacinho da canção deixa transparecer a ideia de que a novidade do dia renova em nós o desejo de que haja uma plena renovação da nossa vida, nos enche de esperança nesse caminho que trilhamos em busca de realização e de felicidade.

De fato, o “novo dia” da canção é a representação de um ciclo que se inicia. A palavra ciclo carrega consigo o sentido daquele espaço de tempo em que se descortina uma realidade, em que os fatos da vida, que se iniciam e se encerram continuamente, dão à esta mesma vida o seu sentido, seu significado. Num ciclo fazemos a experiência da vida se renovando, se refazendo.

Muitos são os ciclos em nossa existência e todos carregam a beleza, a profundidade, as alegrias e as realizações que lhe são próprios, mas trazem também a certeza dos desafios, das lágrimas derramadas e de algumas tristezas que colhemos pela via. Os ciclos são de fundamental importância para todos nós, pelo simples fato de que renovam a nossa ânsia por “mais vida” como dizia a canção.

No entanto, mesmo que o início de um novo ciclo carregue a expectativa da realização e da felicidade, nós ainda sofremos bastante com o encerramento de um ciclo. Queremos a chegada do novo, mas por vezes nos apegamos tanto ao passado que se torna quase impossível abandoná-lo, deixá-lo efetivamente passar, mesmo quando esse passado tenha nos causado dor e sofrimento.

Talvez seja pelo fato das incertezas causadas pelo novo que o nosso coração se apegue tanto ao ciclo que se encerra ou que deveria se encerrar. Somos seres em busca de segurança e tudo o que representa a falta de tão importante característica nos assusta, nos assombra. O “novo dia” pode até trazer mais vida, mais esperança, mas não sem medo, sem dúvidas ou até mesmo uma ponta de angústia.

Ao mesmo tempo, a novidade tem o poder de entusiasmar. Tem o poder de conceder o ânimo que por vezes vamos perdendo ao longo do caminho. Os ciclos que se iniciam são como aquelas injeções de incentivo que necessitamos para continuar indo adiante. São as novidades com que a vida nos presenteia que nos ajudam a colorir a nossa existência e torná-la efetivamente bem vivida.

Sendo assim, não nos culpemos pelos medos experimentados diante do novo, ao mesmo tempo em que somos chamados a nos abrirmos a ele com a certeza de que nesse “novo dia” se renova não apenas a esperança, mas se renova a própria vida, a vida inteira. Sejamos agradecidos pelos ciclos encerrados e esperançosos nos ciclos que se iniciam.

Pe. Joveci Filho

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